Os alimentos energéticos e proteicos são produtos para melhorar ou complementar a dieta dos animais, a base da dieta interessante ser as pastagens.
Alimentos energéticos:
São alimentos alto teor de energia e menos de 20 % proteína bruta
Milho: Alto teor de energia 88 %, média de 9 % proteína bruta, baixo em cálcio. Possui 14 % de FDN, 87 % de NDT. Alimento que mais fornece energia por área plantada. Normalmente é utilizado moído nas rações ou quebrado em partes.
Não é recomendado fornecer o grão inteiro pela menor digestibilidade, devido que o mesmo possui uma película que dificulta ser quebrada e ser absorvida a sua energia.
Farelo de trigo: Possui proteína de melhor qualidade que o do milho, (15 – 18 %), energia possui 77 %. Bons valores de potássio e fosforo e pobre em cálcio.
Ter atenção de ajustar relação Ca: P. Possui maior de fibra e menor teor de energia que o milho. Possui o uso limitado até 30 % no concentrado, o que pode reduzir a produção de leite.
Sorgo: Tem maior resistência a seca que o milho. Pode ser usado como forragem ou em forma de grãos moídos usados na formulação de ração. Cereal rico em amido 64 %, teor de PB de 9,54 %. 14 % de FDN e 80 % de NDT DMS de 70 %. Pode substituir em até 100 % do milho na formulação da ração.
Farelo de arroz integral: Subproduto do polimento do arroz descascado para produzir arros branco. Possui elevado teor de gordura 15 % EE.
Ter cuidado por ser um produto altamente insaturado, e isso pode levar se rancificar facilmente, não devendo ser armazenado por longos períodos. Baixo teor de Ca e alto teor de P. Pode ser usado até 30 % na formulação ração das vacas de leite.
Casca de soja: Resíduos dos grãos de soja. Possui alto teor de fibra com FDN de 68 % teor de PB de 11 %, podendo ser visto como concentrado energético. Apesar de possuir alto teor de FDN, a mesma possui fibra de alta digestibilidade. Alto valor energético 67 % NDT, além de ser muito palatável. Pode ser usado até 30 % da MS em dietas ricas em grãos.
Alimentos concentrados proteicos:
São alimentos com mais de 20 % de PB.
Farelo de soja: Sendo tostado e moído resultado da extração do óleo dos grãos. Pode variar de 44 a 49 % de PB, sendo considerado a melhor fonte de proteína, pobre em cálcio e rico em fosforo.
Possui alta digestibilidade, alto valor energético e palatável e ótimos resultado na alimentação dos animais.
Farelo de algodão: Obtido após a retirada do óleo do caroço do algodão, tem baixo custo comparado a outras fontes de proteína.
É considerada a segunda fonte com mais proteína existente, pode ser usada até 30 % no concentrado. Possui baixo teor de Calcio e alto teor de fosforo.
Caroço de algodão: Semente descartada da indústria têxtil. Alimento rico em óleo e palatável para ruminantes. O mesmo possui características concentrado proteico energético 22 % PB, 46 % FDN, EE 18 % e 82 % NDT.
Ótimo ingrediente para bovinos de leite, mas ter restrições pois o lidipio prejudicam a ação dos microorganismos ruminais na digestão de fibra, uso de até 3,5 por animal por dia.
Possui um fator antinutricional chamado de gossipol, em pequenas quantidades não chega ser problema. Não deve ser fornecido aos animais em crescimento e reprodutores pode provocar problemas reprodutivos.
Uréia: Quando utilizamos a ureia nos ruminantes, com a presença de energia ela faz aumentar a degradabilidade da fibra o que aumenta a taxa de passagem dos alimentos, isso vai aumentar o consumo de matéria seca pelo animal. Pode ser usada na dieta de vacas a pasto, onde é misturada ao concentrado ou volumoso, quando houver a necessidade de suplementação.
Possui 45 % de nitrogenio não proteico (NNP). Para a uréia ser eficiente depende do nível de energia da dieta, quando mais energia mais eficiente vai ser o seu aproveitamento.
Recomendável que a quantidade de uréia não ultrapasse um terço da proteína total da dieta, sendo que o restante deve vir dos alimentos.
Pode ser utilizada até 1,5 % na MS da dieta em uma vaca de lactação com peso de 560 kg, não altera a produção de leite, ingestão de 244 g/por/dia.
Alimentos alternativos:
Milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS): Alimento muito interessante, pelo custo benefício, espiga inteira, palha e sabugo, moída na forrageira; o que diminui a necessidade de volumoso.
Possui valores de 7,50 % PB, 35 % FDN, 68 % NDT. Não há diferença na digestibilidade se a moagem for 3/8, 9/16 e ¾ polegadas.
Ainda muito utilizada em vacas de lactação, para compor rações com farelo de soja, de trigo e uréia.
Por mais que tenhamos tecnologias de nutrição animal avançada, este alimento é bastante utilizado em propriedades seja nas pequenas ou em propriedade de gado de corte normalmente no inverno, ou no outuno devido à falta de volumoso em quantidade.

Foto do autor do texto

Foto retirada do site https://br.vazlon.com/compro-milho-seco-em-espiga-fazer-rolao#
Rolão de milho: É constituído pelo pé inteiro integral da planta de milho seca, espiga e palhadas, usado como fonte de volumoso. Possui valores de 6,79 % PB, 61 % FDN, 60 % NDT. Vantagem que possui maior valor de volumoso, desvantagem baixo valor nutritivo. Pode ser usado em categorias menos exigentes, usado como fonte de amido.
Soja em grão: Produto muito cultivado em várias regiões do Brasil. Contem 19 % gordura ver EE, 17 % FDN, 39 % PB, e 84 % de NDT. Mais rico de energia que o farelo de soja, usado como fonte de energia.
Pode ser usado até 10 % da MS na dieta, não precisa ser processado, acima desta quantidade deve ser tostada e quebrada grosseiramente, para ter melhor digestão.
Sub produtos agroindustriais
Grão de Milheto moído: Possui 12 % de PB, 20% FDN, 77 % NDT e 88 % MS. Não possui nenhum fator antinutricional até o momento encontrado pode ser utilizado até 70 % na substituição do milho na formulação das dietas.
Triguilho: É um composto de restos de trigo, como grãos quebrado, podendo substituir parte do milho na formulação da ração. Possui 14 % de PB e fibra de 3 %.
Resíduo de cervejaria ou bagaço de cevada: Produto com alta umidade, possui 25 % de MS, 48 % de FDN, 27 % de PB, 70 % NDT. Podendo ser usado até 30 % na dieta das vacas de leite e 25 % na dieta de gado de engorda. Devido ao baixo custo do sub produto é bem interessante ser utilizado na dieta dos ruminantes.
Poupa de citros:
Sub produto da agroindústria possui, cascas, semente e bagaço de laranja. Comercializada na forma peletizada seca ou in natura úmida. Possui grande valor energético e uma fração fibrosa de alta digestibilidade.
Na forma seca alimento concentrado energético com valores de 87 % de MS e 7% PB, e 79 % NDT. Alimento ajuda a manutenção de altas porcentagem de gordura do leite, onde o volumoso é de baixa qualidade, possui efeito do estimulo físico da fibra, aumentando a ruminação, salivação e consequentemente o PH do rúmen.
Nos Estados Unidos, se utiliza bastante polpa de citrus, em substituição de uma porcentagem do milho, produto com alto valor de preço na alimentação.
Os sub produtos alternativos muito depende se a região onde está localizada a propriedade é próximo para saber se vale o custo do transporte e o custo do produto.
Siglas de nutrição:
FDN: Fibra em detergente neutro porção (fibrosa do alimento).
NDT: Nitrogenio digestiveis totais representa a soma de todos os nutrientes digestiveis contida nos alimentos.
PB: Proteína bruta totalidade de nitrogenio que possui um alimento.
EE: Extrato etéreo: Quantidade de gordura do alimento.
MS: Matéria seca é a porção que sobra de qualquer alimento após a retirada da umidade do mesmo .
DIETA: Alimentação total dos animais.
NNP: Nitrogênio não proteico. Supre a demanda de nitrogenio.
DMS: Digestibilidade da matéria seca.
A energia um fator muito importante onde normalmente é usado é milho como base, produto que mais tem energia disponível.
A alimentação é um dos itens que mais custa na produção de leite, pode chegar até 60 % do custo total. Isso faz com que o produtor precisar ser eficiente com a produção; depende do planejamento alimentar da propriedade, seja produtos produzidos na propriedade ou comprados. Oque faz o produtor procurar alimentos alternativos, desde que seja bem utilizável.
A ração ou concentrados é preciso que ter certos cuidados qual a quantidade que podemos fornecer caso aconteça exageros podem acontecer alguns malefícios aos animais como algum transtorno digestório como deslocamento de abomaso, timpanismo, problemas de casco, acidose e fígado gorduroso, o que podem ocasionar vários problemas aos animais ou até a morte.
Normalmente isso ocorre pelo excesso de carboidratos, seja nos humanos ou nos animais precisamos sempre ter um equilíbrio na alimentação.
Em alguns casos específicos como bovinos de engorda, os bovinos permanecem por um período de 90 a 120 dias, consumindo ração pura desde que forneçam um tamponante produto onde vai ajudar na digestão da ração.
Caso não forneça tamponante os ruminantes não vão conseguir realizar a digestão e podem ter sérios transtornos digestórios que estão descritos acima, que podem levar morte do mesmo.
Essas informações são resumos de minha experiência vivida a campo, livros e internet. Para ter melhor conhecimento importante procurar um especialista em nutrição de bovinos, vai ter informações mais claras e precisas da formulação de dietas de ruminantes.