É caracterizado pela escassez de pastagem em quantidade e qualidade, devido ao envelhecimento do pasto de verão e a falta das pastagens de inverno. Nessa época acontece maior intensidade, mas também pode acontecer em menor intensidade na saída do inverno, caso aconteça uma geada ou frio intenso fora de época, vai atrasar o desenvolvimento das gramíneas de verão como tifton, Jiggs, brachirarias etc.
Período nos meses de março, abril e maio. Além da falta de forragens, se não se organizar ainda temos problemas financeiros com excesso de uso de ração, ou compra de silagem. O resultado disso vai ter sérios problemas como doenças gástricas ou distúrbios metabólicos Ex: Acidose, timpanismo, deslocamento de abomaso, problemas com casco, alguns podem ficar muito afetados que não vão ter a mesma produção mesmo depois de tratamento para reverter o problema e mais sério a morte de animais.
O outono é a estação do ano mais complicada para a produção de pastagens, já que as forrageiras de verão não se desenvolvem bem e têm pouca qualidade e as de inverno ainda não estão em pleno desenvolvimento vegetativo.
No outono, no período de entressafra do leite brasileiro, o início da seca no Brasil central e frio no Sul, diminui consideravelmente a captação de leite no país, tendo relação direta com o aumento do preço pago ao produtor.
Dessa forma, é um período de aumento de custo para o empresário do leite e se não houver bom planejamento forrageiro a queda na produção leiteira é certa.
Alimentação é o item que tem maior participação no custo de produção, chegando a 60% do total e as pastagens são a fonte mais econômica para alimentar as vacas.
Oeste catarinense responde por 70% da produção leiteira do estado e sofre os efeitos da chegada da estação fria são sentidos intensamente, inclusive devido à ocorrência de geadas precoces que secam a pastagem de verão.
Sistemas produtivos de leite qualidade e quantidade baixa no outono Cada vez mais os sistemas produtivos de leite dependem das forrageiras, principalmente devido ao baixo custo de sua produção quando comparado aos alimentos concentrados.
Todos os sistemas de produção, tanto a pasto quanto confinado dependem da produção de forragens que, por sua vez, dependem das condições climáticas. Portanto, a produtividade, ou seja, a produção de litros por hectare depende do tipo da pastagem e das condições edafoclimáticas, que abrange as condições de solo e clima locais.
É normal na escassez de pastos que os produtores aumentem a quantidade fornecida de concentrados aos animais, porém, é sabido que o custo de produção aumenta e que, por consequência, a lucratividade cai. Se essa atitude não for tomada a produtividade diminui e há queda na fertilidade animal graças à ingestão insuficiente de nutrientes.

Abaixo vou citar algumas alternativas para amenizar o vazio forrageiro:
1 Plantio de capineira: o uso de capim elefante para corte ou pastejo pode ser usado no período de escassez, desde que seja deixado para o período crítico, já que produz mais de 90% no verão.
2 Bancos de proteína: feito com a implantação de leguminosas solteiras em áreas específicas, em que o objetivo é melhorar o teor de proteína da dieta dos animais, onde é usada a semeadura de trevos, alfafa, amendoim forrageiro e deixados para
utilização no período de transição e por tempo restrito, cerca de 2 horas, pois pode provocar timpanismo nos animais. Lembre-se leguminosas necessitam de inoculação no plantio.
3 Cana-de-açúcar com ureia: a cana produz alto volume de forragem por hectare, porém, com baixo teor de proteína. A solução é o uso de ureia junto com a cana picada, e é usado 1% da mistura de ureia mais sul fato de amônio, na proporção de 9:1, ou
seja, para 100 kg de cana picada, 900 g de ureia e 100 g de sulfato de amônio, diluídos e aplicados com 4 litros de água sobre a cana pouco antes de fornecer aos animais. Entretanto, cuidado, pois é preciso acostumar os animais, a ureia intoxica.
4 Diferimento da pastagem: é como se fosse feno em pé, de forma que sejam vedados alguns piquetes, para usá-los no período sem pasto, apenas é suspensa a entrada dos animais em piquetes reserva e há grande acúmulo de pasto, todavia, de baixa
qualidade devido ao estágio fisiológico avançado, “pasto velho”.
5 Confecção de silagem: seja de milho, sorgo ou pastagens, a silagem é uma das reservas forrageiras mais utilizadas para a produção de leite, porém, seu custo é alto, cerca de quatro vezes maior do que da pastagem, sem contar que o teor de proteína
média é de 7 %, menos da metade do que a proteína do pasto, cerca de 15 %.
6 Confecção de feno: o empresário do leite pode optar por fazer feno da sobra dos pastos no verão ou separar uma parte da área apenas para a produção de feno. Essa alternativa tem um custo alto, mas é uma forragem de alta qualidade e possibilita o
armazenamento, assim pode ser utilizado quando for necessário. Normalmente de tifton, jiggs ou de cultivares de inverno Aveia, azevém e trigo.
7 Confecção de Pré-secado: normalmente de tifton, jiggs ou de cultivares de inverno Aveia, azevém e trigo.
8 Consórcio com leguminosas: uma das formas de melhorar a qualidade das pastagens oferecidas aos animais é por meio do consórcio com leguminosas, especialmente trevos, cornichão e ervilhaca, que podem ser implantados sobre as gramíneas de
verão e inverno, aumentando muito a proteína na forragem ofertada.
9 Gramíneas anuais de verão: a semeadura tardia, em fevereiro, de gramíneas anuais de verão como o milheto, sorgo e capim sudão, podem suprir a oferta de pastagem. Se o milheto for plantado até o final de janeiro após a silagem de milho, em 60 dias
pode-se fazer pastejo.
10 Piquetes de pastagens perenes: pastagens como tifton, pioneiro, mombaça, hermátria, missioneira e braquiária, são pastos de verão que não necessitam de nova implantação, pois são perenes e se houver um elevado número de piquetes, mais de 40,
é possível fazer o rodízio mesmo no outono, o que garante pasto por pelo menos mais 40 dias, se o tempo de ocupação de cada piquete for de um dia.
11 Secagem das vacas: alguns produtores têm optado por secar o maior número de vacas nesse período, pois a vaca seca, não produz leite e, por consequência, a necessidade de proteína e energia é menor, facilmente suprida pela pastagem.
12 Descarte de animais: também é nessa época de escassez de pastos que se pode aproveitar para descartar as vacas menos produtivas, velhas e que não emprenham ou possuem mastite crônica. Dessa forma, sobra mais pastagem para as vacas boas
que tendem a compensar a produção das que foram descartadas.
13 Milho em alta densidade de semeadura: Essa alternativa está sendo investigada pela Embrapa Trigo e UPF. Trata-se da viabilidade de semeadura de milho grão, recém colhido, de baixíssimo custo, em alta densidade (mais de 150 mil plantas/ha),
inclusive consorciado com soja anual após a colheita de culturas precoces de verão como: feijão, milho e mesmo alguma soja super precoce, ou áreas de milho e sorgo que foram ensilados. O importante desta prática é ofertar forragem verde, em quantidade
e de adequado valor nutritivo para vacas leiteiras em lactação. Retirado um artigo Synergismus scyentifica UTFPR, Pato Branco, 06 (2) . 2011 I I I Encontro de Integração Lavoura-Pecuária no Sul do Brasil .
14 Estabelecimento de pastagens perenes consorciadas com milho ou sorgo: Existem alguns experimentos sendo conduzidos visando adaptar o Sistema Santa Fé desenvolvido na região dos Cerrados, no qual se estabelecem junto, com milho e sorgo,
espécies de forrageiras perenes de verão, especialmente do gênero Urochloa, antigo Brachiaria. Dados regionais obtidos por MARIANI (2010) indicam o sucesso de estabelecimento nas entrelinhas de milho de braquiária Marundu e panicuns cultivares
Mombaça e Aruana. O acúmulo de MS após três cortes foi maior com Aruana (5.778 kg/ha) e Mombaça (6.515 kg/ha), em relação a testemunha milheto comum isolado (3.969 kg/ha) e a braquiária cultivar Marandu (2.745 kg/ha). As melhores características quanto a composição de lâminas foliares, colmo-bainha e digestibilidade da matéria seca foram verificadas no colonião cultivar Mombaça. Retirado um artigo Synergismus scyentifica UTFPR, Pato Branco, 06 (2) . 2011 I I I Encontro de Integração Lavoura-Pecuária no Sul do Brasil .
15 O uso de Milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS): Alimento muito interessante, pelo custo benefício, espiga inteira, palha e sabugo, moída na forrageira; o que diminui a necessidade de volumoso. Possui valores de 7,50 % PB, 35 % FDN, 68
% NDT. Se adiciona sal branco, sal proteinado para melhorar o desempenho dos animais.
Foto abaixo do próprio autor


Foto retirada do site https://br.vazlon.com/compro-milho-seco-em-espiga-fazer-rolao#!
Otimize e intensifique a produção de pasto com a correção da fertilidade de solo, por isso escolha espécies de pastagens adaptadas e manejo eficiente, como a semeadura tardia de pastagens anuais de verão, antecipação da semeadura de pastagens
anuais de inverno ou sobressemeadura de pastagens anuais de inverno sobre pastagens perenes de verão piqueteadas.
Independente das ações do produtor para amenizar o vazio forrageiro
1 O produtor precisar se planejar para realizar este tipo de ações alguns meses antes do plantio, com a compra da semente, adubação, horas de máquina de trabalho, analise de solo.
2 No caso de silagem, arrumar o silo, compra de lona, diaristas
3 No caso para guardar a produção: feno, milho desintegrado, ter ou construir um local adequado ao tamanho da produção que possa guarda a mesma. Cuidados com ratos, umidade e boa ventilação.
Embrapa: Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária
UPF: Universidade de Passo Fundo