Vacas leiteiras enfrentam estresse térmico em todo o Brasil

Resumo do texto utilizando inteligência artificial.

Autor: Marcelo de Paula Xavier*

Durante o verão, vacas leiteiras sofrem com o estresse térmico em todas as regiões do Brasil. Esse problema impacta diretamente a produtividade e a reprodução dos animais, gerando prejuízos econômicos significativos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que o estresse térmico cause perdas de cerca de 900 milhões de dólares por ano.

No Brasil, devido ao clima predominantemente quente e úmido, o desafio é constante e demanda estratégias de manejo específicas.

O estresse térmico ocorre quando a carga de calor recebida pelo animal é maior do que sua capacidade de dissipar esse calor. As vacas sentem desconforto térmico em temperaturas mais baixas do que os seres humanos, por volta de 21°C, especialmente quando a umidade relativa do ar está acima de 70%. Nestas condições, elas reduzem o consumo de alimento, o que leva à queda na produção de leite.

A alta umidade também dificulta a evaporação do suor e a perda de calor pela respiração, agravando o problema.

Entre os principais fatores que aumentam o risco de estresse térmico estão: temperaturas elevadas, radiação solar intensa, umidade relativa alta e baixa circulação de ar. Além disso, noites quentes e nubladas impedem que os animais se resfriem adequadamente, aumentando ainda mais os riscos.

Algumas raças, como as vacas Jersey, são mais resistentes ao calor e suportam temperaturas até 25°C sem perdas significativas na produção.

Os efeitos do estresse térmico são diversos e vão desde alterações comportamentais até mudanças fisiológicas. As vacas passam a respirar mais rápido, suar mais, beber mais água e comer menos. Com isso, a produção de leite diminui e sua composição também é alterada, com menor teor de gordura e proteína. Há também mudanças hormonais, como aumento da prolactina.

Comportamentos típicos incluem procurar sombra, aglomerar-se para fazer sombra uma à outra, recusar-se a deitar e ficar próxima a bebedouros.

Para minimizar esses efeitos e preservar a produtividade do rebanho, é essencial adotar boas práticas de manejo. O fornecimento adequado de água é crucial: vacas em lactação consomem mais de 100 litros por dia e tendem a beber logo após a ordenha. Por isso, os bebedouros devem estar localizados nos corredores e ter fluxo suficiente para nunca secarem.

A alimentação também deve ser adaptada. As pastagens de verão precisam ser de alta qualidade, e alimentos com alto teor de fibra deve ser evitados, pois aumentam a fermentação no rúmen e, consequentemente, a produção de calor. A oferta de alimento suplementar à noite, quando a temperatura é mais amena, ajuda a manter o consumo.

A sombra é outro fator essencial. É recomendado que cada vaca tenha acesso a pelo menos 5 m² de sombra, seja por meio de árvores nos piquetes ou estruturas artificiais como sombrite. No galpão, o ideal é que também haja cobertura que ofereça sombra durante as horas mais quentes do dia.

Na gestão do rebanho, é importante reduzir o tempo e a distância de caminhada até a ordenha, evitar pátios sem sombra e minimizar o estresse durante o manejo. A ordenha deve ser realizada nas horas mais frescas do dia, como no início da manhã e no final da tarde. Vacas mais afetadas pelo calor devem ser isoladas e receber cuidados especiais.

Por fim, sistemas de resfriamento como aspersores e ventiladores podem ser utilizados, especialmente na sala de espera antes da ordenha. A combinação de água e ventilação auxilia no resfriamento por evaporação. No entanto, é preciso garantir que o ar circule bem para evitar aumento da umidade local, o que poderia agravar o estresse térmico.

Essas medidas integradas são fundamentais para preservar a saúde, o bem-estar e a produtividade das vacas leiteiras durante o verão brasileiro.

ITU – Índice Temperatura-Umidade

Fonte: Dairy NZ

*Marcelo de Paula Xavier, produtor rural, formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, com Mestrado em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi presidente da Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil por dois mandatos

bettiovanio

Uma idéia que saiu do papel após um longo tempo de experiência vivida no meio rural.Sabendo dos seus desafios e procurando encontrar uma saída para ajudar o produtor rural a ganhar conhecimento e ao mesmo tempo levando informações as pessoas que não tem o convívio do meio rural explicando como é a realidade do nosso produtor rural.Como realmente acontece a produção de um litro de leite, um kg de carne, uma bandeja de ovos entre várias fontes de alimentação que estão em nossa mesa todos os dias.

Deixe um comentário